sábado, 28 de julho de 2012

AMOR

AMOR INSACIÁVEL ( Télio Diniz )

Queria ter sua alma
dentro do meu coração.
Linda mulher que acalma
o fogo desta paixão.

Brinca com meus desejos,
mistura meu corpo ao seu,
cobrindo com muitos beijos,
cada pedacinho meu.

Chama que não se apaga.
Fome que não sacia.
Ter voce me embriaga.
Sua língua vicia.

Boca de intenso sabor.
Olhos reveladores.
Sorriso encantador.
Deusa de mil sabores.

Quero a todo instante
ter seu corpo comigo
e ver seu olhar brilhante,
me colocar em perigo.

Ao fim do amor desabo.
O gozo ainda presente.
Durmo e no meu sonho
amo voce novamente.

A VOZ

A VOZ ( Télio Diniz )

No céu uma estrela cadente,
brilhante, cruzou o espaço.
Você na Terra, presente,
me sugeriu um abraço.

Na hora quis evitar.
Sabia o que estava por vir.
Fugia do seu olhar,
que não queria partir.

Mas o sentimento invadiu
meu peito sem piedade.
Meu coração pressentiu
que era amor de verdade.

A voz que você ouviu,
fazendo de mim, seu eleito,
simplesmente traduziu,
o que não tinha mais jeito.

E hoje olhando a estrada
linda que percorri,
vejo que não seria nada
se você não estivesse aqui.

História

História de meus passos

Havia dentre tantos mundos
Imagens tantas a serem recriadas
Sutilezas de olhos e riscos
Totalidade de serras e abismos
Ondas de rio e de mar
Rondei pelo antigo egito
Inundei Atlântida num grito
Aspirei de Roma a alma e a fumaça

Demoli os castelos encantados, e os refiz
Escrevi os papiros da cruz em codigo moss

Mergulhei os oceanos infindos...
Escrevi as leis dos homens
Usurpei as jóias dos quarenta ladrões
Sapatiei em mônaco com Lisa

Pintei com Da Vinci e comi da ultima ceia
As maçãs de Adão nem estavam tão doces quanto pareciam ser...
Sorri demais com as pirações de Freud...
Sacodi a Itália até entortar o coliseu
Ontem eu fui ateu...hoje ja nem sei...
Sou o resquicio de tudo em que acreditei

Márcia Poesia de sá

Trago Flores

Trago Flores

Trago flores para meus amores
Trago flores!
Trago flores para os dissabores
Trago flores!
Trago flores e inalo odores
Trago flores!
Trago flores e exalo calores
Trago flores...
Trago flores revestidas de calma
Trago flores!
Trago flores em mão de versos
Trago flores!
Trago flores de diversas cores
Trago flores!
Trago flores repletas de sonhos
Trago flores!
Trago flores para te ofertar
Trago flores!
E em pétalas me desfaço e refaço
Meu jardim de flores!
Trago flores!

Márcia Poesia de Sá

Além do mar

Além do mar

Entro em meus devaneios
Iço as velas dos desejos
Velejo em águas poéticas...

As horas passam como brisas
Meus olhos apenas te vêem
A cada espelho de ondas do mar

Ouço teu riso em gaivotas
Escrevo teu nome em grutas
E garrafas viajam, cartas de amor

Maremoto em meu coração
Velejo como um arpão
Direto e preciso ao teu peito

E além deste blue mar
Há um céu turquesa
Onde revoa meu destino

Aguardo tranqüila os dias
Onde na maresia
Verei-te chegar sorrindo

Adentrando de mansinho...
Poética e eternamente
Neste sonho tão bonito

Em forma de labirinto
Com água salgada de mar

Márcia Poesia de Sá

Em teus olhos

Em teus olhos

Meu céu que antes repleto de estrelas
Enegreceu de forma trágica
Desaparecendo em um negro manto
Todas as estrelas cometas e sonhos
Desapareceram as assinaturas de Deus

Voaram pelas janelas como folhas secas
Sonhos de planetas tantos...
Ah! E neste frio insondável
Congelei por instantes!
Senti os veios do bloco de gelo em meu coração
Até que...

Algo começa a dissolver
E por entre o gelo posso ver
Uma luz vermelha pulsante
Forte e brilhante como rubi
Era você novamente a surgir
Pedindo, implorando para re-existir
Resistir...

E quando olhei em teus olhos, senti
Que nada havia congelado
E em gotas me vejo derreter
Minha pele volta a aquecer
Já não sou eu, sem você...

Eu te amo! Minha poesia...
Vamos juntas, vamos?
Repintar as estrelas do firmamento...
Re-colorir os céus...
Rasgar raios em madrugadas

Abraça-me!
Escreveremos um novo raiar
Uma nova estrada esta a nos esperar
E os primeiros passos
Estão aqui.

Márcia Poesia de Sá

OS OLHOS

OS OLHOS VEEM SEM VER...

Quando te quero ver, cerro as pálpebras e, 
Concentrando a visão, fico a pensar em ti. 
Aos olhos vem-me assim, num sonho ingênuo e doce, 
A tua imagem fiel, como se viva fosse. 

E eu sinto bem que és tu, que emerges do meu ser, 
Numa névoa fugaz, para eu te poder ver. 

Névoa que se faz luz, sombra que se ilumina, 
Vens espiritualmente assomar à retina... 

Surges no coração, onde hoje vives, pois 
Sobes ao pensamento e ao olhar vens depois. 

Tens em tudo a expressão que no mundo tiveste, 
Tenha embora a beleza um encanto celeste. 

Mas, em forma incorpórea, és tu mesma, porque 
Como te vi em vida a alma em sonho te vê. 

E é tão viva a impressão que ninguém se persuade 
De que a vida se extinga, existindo a saudade... 

Não pode ser engano a visão interior 
Que os olhos vêem sem ver, por milagre do amor. 

Quem sabe há no meu ser um espelho encantado, 
Onde indelével se reflete o meu passado! 

Acaso há dentro em mim uma fonte de luz, 
Que a tua vida em minha vida reproduz! 

É por isso, talvez, que em vago encantamento, 
Eu me deixo levar pelo meu pensamento. 

E, se te quero ver, fecho os olhos e, então, 
Em silêncio me entrego a essa amada ilusão...



Da Costa e Silva

Estas

Por estas horas de tranquila e doce paz, 
Quanta serenidade o espírito me traz! 

É nestas horas, quando a treva se constela, 
Que ouço o teu canto nas estrelas, Filomela! 

Por estas horas, a minh'alma anseia por 
Teu encanto, Ventura! e teu engano, Amor! 

É nestas horas de tristeza e esquecimento 
Que eu gosto de ficar só com o meu pensamento. 

Por estas horas eu me julgo Parsifal 
Para ir pela renúncia à conquista do Graal. 

É nestas horas que, como um eco profundo, 
Repercute no meu o coração do mundo. 

Por estas horas transitórias e imortais 
Se desvanecem minhas dúvidas fatais. 

É nestas horas de harmonia indefinida 
Que eu tento decifrar o teu enigma, Vida! 

Por estas horas, meu instinto morre, com 
A intenção de ser justo, o anseio de ser bom. 

É nestas horas de fantástico transporte 
Que eu busco interrogar a tua esfinge, Morte! 

Por estas horas, eu me enlevo assim, porque 
Vela no lodo humano a luz que tudo vê... 

Por tuas horas silenciosas, benfazejas, 
Deusa da Solidão, Noite! bendita sejas!


Da Costa e Silva

DIÁLOGO INTERIOR.

DIÁLOGO INTERIOR...

Ante o infinito, 
Cismo e medito. 
Mas vou pensando 
E interrogando. 

Dialogo a esmo 
Comigo mesmo. 

— Tudo convida 
A amar a vida. 

— E amar se deve 
A um bem tão breve? 

A vida é bela 
No que revela... 

— Mas como existe 
O homem tão triste? 

— A vida é a luta 
Divina e bruta. 

— Onde o heroísmo: 
Páramo ou abismo? 

— A vida encerra 
Os bens da terra. 

— Se esses dons temos, 
Por que sofremos? 

— A vida inquieta 
É a mais completa. 

— Mas por que a alma 
Aspira à calma? 

— A vida é intensa 
Para quem pensa. 

— E onde a esperança, 
Que não descansa? 

— A vida é pura 
Quando há ventura. 

— E por que sinto 
A ânsia do instinto? 

— A vida é chama, 
Que apura e inflama. 

— Por que a resumo 
Em névoa e fumo? 

— A vida é a glória 
Sempre ilusória. 

— Mas como é insano 
O sonho humano? 

— A eterna esfinge 
Ninguém atinge... 

— Que reticências 
Nas existências!..(Ator desconhecido)