quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sem remédio

Aqueles que me têm muito amor 
Não sabem o que sinto e o que sou... 
Não sabem que passou, um dia, a Dor 
À minha porta e, nesse dia, entrou. 
E é desde então que eu sinto este pavor, 
Este frio que anda em mim, e que gelou 
O que de bom me deu Nosso Senhor! 
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!! 
Sinto os passos de Dor, essa cadência 
Que é já tortura infinda, que é demência! 
Que é já vontade doida de gritar! 
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, 
A mesma angústia funda, sem remédio, 
Andando atrás de mim, sem me largar!

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