sábado, 1 de setembro de 2012

Dor invisível...



Se ao menos esta dor se ouvisse

se ela batesse nas paredes

abrisse portas… falasse…

se ela cantasse e despenteasse os cabelos.

Se ao menos esta dor se visse

se ela saltasse fora da garganta (como um grito!)

caísse da janela fizesse barulho…

morresse…

Se a dor fosse um pedaço de pão duro

que a gente pudesse engolir com força

depois cuspir a saliva fora sujar a rua, o espaço…

o outro…

esse outro escuro que passa indiferente,

e que não sofre tem o direito de não sofrer.

Se a dor fosse só a carne do dedo

que se esfrega na parede de pedra para doer fisicamente.

doer com lágrimas se ao menos esta dor sangrasse!

Talvez depois ela desaparecesse!


[... Desabafos de um coração carente e solitário... Nem tudo são rosas... e quando são, elas também têm espinhos... ]

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