domingo, 4 de dezembro de 2011



DÁDIVA

Parou ante mim um velhinho
Estendendo uma das mãos,
Pedindo um trocado pra o pão
Que sua fome findaria.
Dois reais era o que tinha
Para me locomover,
Mas ante seu pedido pra comer
Vi ser-lhe de melhor valia.

Dei-lhe o dinheiro sem pensar
No cansaço que sentiria à frente,
E ele, mui docemente,
Bem assim me agradeceu:
-Muito obrigado meu filho!
Creias que tua caminhada
Será muito aliviada
Pelo bem que cometeu!”

-Como sabes que não tenho
Mais algum pra o lotação?
- Hão coisas que a explicação
Nos é fruto da própria alma!”
Dito isto, ele saiu...
Sumindo, assim, de repente...
Então eu segui em frente
Com o peito em profunda calma.

Voltei pra casa a tardinha
Após o fim da jornada,
Mas por toda caminhada
Senti não estar sozinho;
Pois uma voz me surgia
Toda cheia de emoção,
Dizendo: -Quem ao pobre dá o pão,
Ao seu lado, eu caminho.

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